Depressão pós-parto, também chamada de baby blues, é uma
condição clínica já bem explorada e que afeta entre 10 a 20% das mulheres nos
primeiros meses após o parto, afetando a saúde tanto das mães como dos filhos.
Os pais também sofrem de uma condição semelhante, mas o assunto tem sido muito
menos discutido. Um estudo publicado hoje pelo periódico oficial da Academia
Americana de Pediatria aponta que a depressão dos pais também pode ter
repercussões no desenvolvimento dos filhos.
Pesquisadores da Universidade de Michigan nos EUA
estudaram 1746 pais de crianças de um ano de idade e encontraram que 7% deles
apresentavam depressão. Ao responderem à
pergunta “No último mês, você bateu no seu filho?”, a resposta foi SIM em 13%
dos pais sem depressão e em 41% dos deprimidos, uma diferença de quatro vezes.
Desemprego e abuso de substâncias psicoativas também eram mais comuns entre os
pais com depressão e estes apresentavam também uma interação com os filhos duas
vezes menor, quando isso era medido pela freqüência que liam histórias para as
crianças.
Os resultados também mostraram que 77% dos pais
deprimidos haviam levado seus filhos ao pediatra nos últimos 12 meses, o que
aponta uma grande oportunidade para que o pediatra provoque algum nível de
discussão sobre a saúde mental do pai, orientando-os a procurar ajuda médica
especializada.
Já é bem reconhecido que o envolvimento dos pais nas
questões discutidas num consultório pediátrico faz diferença no desenvolvimento
das crianças e que a depressão paterna está associada a piores indicadores
psicossociais da criança. Os pediatras, que já se preocupam com a saúde das
mães, também devem estar atentos com os pais, pois a saúde deles também merece
toda a atenção. Vale lembrar que é cada vez maior o número de pais que ficam
com as crianças enquanto as mães trabalham.
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